1. Que reações autonômicas
você observou (a olho nu), principalmente na fase de congelamento?
Pude observar, numa primeira fase,
que o rato ficou mais “alerta”, procurando explorar melhor o seu
campo de atuação, dentro da campânula de vidro. Para
tal, aguçou os seus sentidos de visão e olfato. Numa
fase posterior, a de congelamento, pude observar que, agora, o animal aumentou
as suas
incursões respiratórias,
preparando-se para uma possível reação de fuga ou
luta, diante de um fator desconhecido para ele. Nesta fase, assim
como na posterior, outras manifestações autonômicas,
certamente, ocorreram, preparando o animal para uma situação
de fuga ou luta, reações que passarei a
descrever na questão número
2, porém, a olho nu, pude presenciar somente o aumento da freqüência
respiratória do animal e a sua total imobilidade.
Comentário do Prof.: Algumas observações não mencionadas aqui ao observar o experimento: na fase de congelamento: há um arqueamento e retração evidente do corpo, na tentativa de se esconder, bem como piloeração, exoftalmia. Note também a cauda, totalmente tensa.
2. Descreva as reações
orgânicas em geral ocorridas durante situações de medo
intenso
Durante as situações
de medo intenso haverá um aumento na demanda energética por
parte do organismo do animal. Seu metabolismo irá aumentar,
preparando-o para as situações de defesa ou fuga diante
do fator desencadeante. Para tal, ocorrerá uma quebra das moléculas
do glicogêneo hepático e
sua transformação
em glicose, aumentando, assim, o aporte energético para as células,
principalmente, nervosas e musculares. Uma descarga maior de insulina
será necessária para o aproveitamento da glicose pelas
células. O remanejamento do sangue corporal torna-se necessário,
visando suprir com
maior quantidade os órgãos
que estarão mais diretamente envolvidos nos mecanismos de fuga ou
luta. Ocorrerá uma vasodilatação a nível
da musculatura esquelética estriada e cardíaca e sistema
nervoso central. Os vasos da pele e das vísceras sofrerão
uma vasoconstricção para compensar a vasodilatação
mencionada anteriormente. Ocorrendo a vasodilatação, haverá
a liberação de neurotransmissor adrenalina, visando
manter o débito cardíaco adequado, com aumento da freqüência
cardíaca e aumento da pressão arterial. A necessidade
de oxigenação tissular cresce e desta forma aumenta a freqüência
respiratória. O campo visual do animal necessita ser ampliado para
que possa perceber melhor o que acontece ao seu redor e desta forma
ocorrerá uma dilatação das pupilas (midríase)
para que maior quantidade de informações cheguem ao
seu sistema nervoso. Outros sentidos também são aguçados,
como olfato e audição, tudo visando uma melhor compreensão
do que se passa ao redor do animal ameaçado e melhor compreensão
do seu possível inimigo para que possa articular uma melhor estratégia
de “combate” . Essas situações são bem estudadas no
campo militar, quando soldados caminham na marcha de aproximação
e na marcha para o combate. À medida que o contato com o inimigo
torna-se cada vez mais real as reações orgânicas
tornam-se cada vez mais intensas.
3. Que parte do sistema nervoso promove uma descarga difusa em resposta ao medo ou à raiva e qual o neurotransmissor envolvido?
A descarga difusa é promovida
pelos neurônios do núcleo para-ventricular do hipotálamo,
que irão deflagrar uma série de reações
hormonais em resposta ao estímulo de medo ou raiva. O fator
de liberação de corticotropina é ativado, fazendo
com que, no sangue, sejam liberados o ACTH
(hormônio adrenocorticotrófico),
que agindo sobre a glândula supra-renal irá desencadear a
liberação de glicocorticóides e demais hormônios
esteróides, dentre eles a nor-adrenalina, principal neurotransmissor
para as reações de medo ou raiva, preparando o organismo
para as situações adversas que este terá de
enfrentar.
4. Por que ocorre elevação
da pressão arterial?
A elevação da pressão
arterial ocorre em virtude da liberação do neurotransmissor,
adrenalina, visando compensar a queda do débito cardíaco
ocasionado pela vasodilatação a nível de musculatura
estriada esquelética e cardíaca e sistema nervoso central.
5. Por que pode ocorrer micção
ou defecação em situações de medo intenso?
As áreas encefálicas
relacionadas com o comportamento emocional também têm uma
participação na regulação das atividades
viscerais através do sistema nervoso autônomo. As emoções
se expressam em grande parte através de manifestações
viscerais. A micção ou defecação, em situações
de medo intenso, poderia ser explicada por uma estimulação
do hipotálamo, em uma área predominantemente parassimpática
(hipotálamo anterior).