Curso
Capacitação Docente em
Educação a Distância em Saúde
![]() Ensino em Saúde e Tecnologia
Há muito tempo as escolas de engenharia
resolveram se dividir em áreas (elétrica, mecânica,
química, etc.). Não existe mais um escola que integre todas
as engenharias. Porque isso não acontece com a medicina? Seria desejável?
Imaginem o conhecimento e a prática médica daqui a 50 anos!
Como será, na sua opinião, a educação médica
na metade do terceiro milênio?
Segundo Cláudio de Moura Castro
:
No meu sonho a prática médica daqui a 50 anos terá como base não o pensamento cartesiano, e sim o pensamento sistêmico. Mas o que é pensamento sistêmico? Com a palavra a psicóloga Maria
José Esteves Vasconcellos e o físico Fritjoff Capra:
É também ver sempre
o dinamismo das situações, reconhecendo que o mundo está
em 'processo de tornar-se', e que isso nos leva a conviver com situações
que não podemos prever e com os acontecimentos cuja ocorrência
não podemos controlar. Mas também é acreditar nos
recursos de auto-organização dos sistemas e nas possibilidades
de mudança e evolução.
“ ...De acordo com a visão sistêmica,
as propriedades essenciais de um organismo, ou sistemas vivos, são
propriedades do todo, que nenhuma parte possui. Elas surgem das interações
e das relações entre as partes. Essas propriedades são
destruídas quando o sistema é dissecado, física ou
teoricamente, em elementos isolados. Embora possamos discernir partes individuais
em qualquer sistema, essas partes não são isoladas, e a natureza
do todo é sempre diferente da mera soma de suas partes.
Quanto à educação medica, anseio por uma nova forma de ensino e aprendizado, ou melhor dizendo, aprendizagem (processo do aprender). A idéia de aprendizagem como algo passivo e linear, onde o professor, proprietário do saber, transmite aquelas informações que ele acha que são as mais importantes, para um aluno que fica completamente dependente das convicções do professor, seria substituída pelas idéias sistêmicas da circularidade das relações, da interdependência pessoal e da definição do objeto de estudo em um contexto da realidade do aluno e não o conteúdo previamente definido e isolado da realidade global do problema. Neste contexto a educação a distância e, principalmente, o trânsito das informações via rede terão um lugar privilegiado. Para finalizar cito dois aspectos que me pareceram importantes: A necessidade da Universidade compartilhar suas atividades com a sociedade, que tem tudo a ver com o princípio sistêmico da co-construção da realidade e a preocupação com a titulação formal, que de alguma forma tem a ver com o poder hierárquico. Par não entedia-los ainda mais, estendendo-me nesta resenha, permita-me apenas sugerir a leitura das fábulas "Tropeções da Inteligência"; "Sobre o Saber e o Prazer"; "Pinóquio"; "Os hábitos alimentares da ciência" e "Os Urubus e Sabiás"; formas bem humoradas escolhidas por Rubem Alves para tecer algumas críticas à ciência clássica e, principalmente, aos nossos sistemas de ensino. Após tantas críticas uma pergunta se torna inevitável: O que fazer com os conhecimentos adquiridos da ciência tradicional? Mais uma vez recorro à fala da psicóloga Maria José Esteves para responder a esta pergunta: "Pensar sistemicamente é sim ultrapassar nossa forma de pensar tradicional, que nos veio através dos séculos e que fomos condicionados a considerar como a correta e verdadeira. Mas precisamos nos lembrar de que aqui ultrapassar não significa renegar. Ao ultrapassar também resgatamos os conhecimentos, os recursos, as técnicas desenvolvidas pela ciência tradicional. Porém, agora, esses conhecimentos resgatados já não são os mesmos, uma vez que nós também já não somos mais os mesmos e temos um olhar novo sobre eles. Temos uma nova visão de mundo que nos permite não mais pensar de forma disjuntiva (em termos de ou uma coisa ou outra), mas pensar e atuar no mundo de uma forma integradora (em termos de e uma forma e outra). Um abraço a todos.
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