Curso
Capacitação Docente em Educação a Distância em Saúde

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Formação Profissional Continuada

Por:  Elomar Christina Vieira Castilho Barilli

Entende-se educação como o processo contínuo que se inicia dentro do ventre, estendendo-se por toda a vida do indivíduo, sendo o resultado de suas  vivências e experiências.  Por formação permanente, o processo também contínuo e dinâmico resultante da aprendizagem, onde o indivíduo, através de processos mentais complexos,  inter-relaciona o conhecimento novo com suas experiências, gerando outro que é, então,  apropriado por ele.  Já a formação continuada é considerada como o processo também contínuo,  envolvendo cooperação pedagógica entre professores demais profissionais do ensino, com assessoria permanente (presencial ou a distância) das agências formadoras, com vistas a uma aplicação prático-social, voltado para oportunizar a capacitação/ atualização profissional.  Embora tais conceituações sejam passíveis de discordâncias  e discussões, sua interdependência parece ser  consensual.

Na transição da era industrial para a chamada era do conhecimento, onde o foco se desloca dos processos para o indivíduo, suas necessidades, criatividade, capacidade de inovar enfim, sua competência, o conceito de treinamento se amplia para o de formação, desencadeando a busca por conhecimento aplicável no contexto do trabalho.  (Retornando ao campo das definições, considera-se competência profissional como a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho – Atr. 6o do Parecer do Conselho Nacional da Educação).

Deve-se observar, também, que a velocidade e dinamismo com que o conhecimento é produzido e transmitido fazendo com que, num curto espaço de tempo esse mesmo conhecimento se torne obsoleto, exige do profissional uma constante capacitação.  Aliado a isto,  a introdução, implantação e apropriação  pela sociedade das tecnologias da comunicação e informação, dia-a-dia parecem enfatizar sua condição de pré-requisito para o acesso às oportunidades de formação, seja na modalidade de ensino presencial ou a distância.

No âmbito educacional, tal cenário trouxe como conseqüência a necessidade de se repensar o processo educativo no que diz respeito a construção de um modelo de ensino fundamentado em pressupostos teórico-conceituais sólidos, mas também direcionados para o domínio da  práxis que, por sua vez, é histórico e inacabado.

A chamada competência terminal procura responder a uma simples pergunta: ao final do curso o aluno será capaz de?  Esta parece ser o estopim gerador de uma cadeia de questionamentos envolvendo interdisciplinariedade,  contextualização, adoção de novas estratégias de ensino, novas posturas, novas formas de tratar o tempo e espaço,  as relações interpessoais etc que, quando conjugadas adequadamente, muito contribuem para o planejamento, implementação e implantação de abordagens educativas de sucesso.
Objetivos pautados nas necessidades profissionais da clientela-alvo, portanto, pode ser considerada como ponto fundamental para o êxito de propostas educativas, mormente em se tratando do ensino superior.  Daí surgem projetos como Mestrado Profissional (FIOCRUZ), Universidades Corporativas (a idéia é a própria empresa desenvolver cursos de graduação para seus funcionários em parceria com Universidades, cujos conteúdos possam ser diretamente aplicados na empresa) entre outras que já começam a ser implantadas por entidades de formação profissional como SENAC, por exemplo.

Finalmente, cabe ressaltar que a Formação Profissional Continuada, antes de mais nada, é da responsabilidade do indivíduo, devendo, portanto, ser alvo de sua atenção e integrar seu planejamento de vida. Todavia, cabe aos educadores, pesquisadores educacionais, entidades de fomento, empresas, instituições, assim como o próprio poder público garantir a viabilidade, cobertura e qualidade da oferta. Tal enfrentamento requer, além do desenvolvimento de uma política de ensino profissional de qualidade, a criação de novos espaços organizacionais, de forma a propiciar a formação/ desenvolvimento para atuação de novas capacidades.
 

Barreiras que dificultam a efetiva participação em cursos a distância 


A educação à distância (EAD) representa uma modalidade educacional, apropriada a situações em que não existe contiguidade entre professor e aluno.  Estabelecendo uma comunicação de dupla via, permite uma interlocução entre os atores do processo – professor e aluno – organizada a partir do auto-estudo, em que o aluno se instrui a partir do material que lhe é apresentado, e da disponibilidade de apoio pedagógico à distância, através de diversos tipos de mídia.

Apesar do ensino por correspondência assim como o via rádio já serem utilizados no Brasil desde o milênio passado,  a maioria das instituições comprometidas com a qualidade paracem só a gora estar construindo suas experiências e, muitas delas relatam que as primeiras propostas aconteceram de forma errática. 

Profissionais de alguns campos do conhecimento, pasmem, ainda consideram esta modalidade de ensino como de segunda categoria, motivo que leva alguns programas voltados para graduação a distância, abordarem ainda poucas carreiras.  Hoje, desenvolve-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, com prazo estimado para 2003, um programa de graduação a distância onde somente docentes/autores  ligados à Biologia, Física, Matemática etc, tendo educadores ligados carreiras ditas “tradicionais” ( como Direito, por exemplo), se recusado a participar.

Outros fatores que podem ser considerados como barreiras à implantação efetiva do ensino a distância são:

  • Insegurança diante do novo – alguns profissionais  julgam ser absolutamente necessário o domínio da tecnologia para participarem de cursos nesta modalidade de ensino.
  • Falta de flexibilidade das empresas que não enxergam o tempo de participação de seus funcionários em cursos EAD como atividade que integra sua jornada de trabalho.
  • Baixa qualidade de alguns cursos.
  • Sobre-trabalho – profissionais desenvolvendo muitas atividades.
  • Falta de costume de controlar o tempo, sendo este um dos fatores determinantes da evasão.
  • O aluno, fruto do ensino dito formal, apresenta uma postura passiva, esperando que o professor lhe diga o que ler, o que fazer, onde buscar ...  A estratégia mais adequada para enfrentar esta situação reside na participação do professor-orientador.


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