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Módulo 1: Repensando o Ensino Médico
Por:  Dr. Helio Delle Donne Junior

MUDANÇAS NECESSÁRIAS NO ENSINO MÉDICO PARA UM FUTURO PRÓXIMO

Diferente do que ocorre nas diversas áreas da engenharia e com o desenvolvimento que a medicina vem recebendo atualmente, torna-se impossível compartimentalizar ou dividir o corpo humano para que possa ser estudado, já que nenhuma parte deste corpo funciona autonomamente, pois existe interdependência entre todos os sistemas do nosso organismo, uma vez que doenças e medicamentos inoculados poderão causar um efeito em todo organismo. Esta divisão não deveria ser utilizada por  alunos do ensino fundamental, médio ou  superior de graduação em medicina, para que os mesmos possam ver o corpo humano como um todo.

Entretanto, concordo com a segmentação da medicina nas diversas especialidades da pós-graduação, onde nos aprofundamos especificamente na área escolhida.

Entendo que as mudanças para melhoria do ensino médico devam ocorrer através de novas tendências pedagógicas deixando o ensino tradicional e passando para um ensino mais progressista, com enfoque nos aspectos social e humanista, buscando os problemas e as soluções de acordo com a realidade do meio em que o profissional atua, principalmente para que possa conviver e envolver-se mais com sua comunidade nesta busca. Ocorre entretanto, no pensamento de alguns profissionais que, como antigamente, ainda querem ter o status e o perfil de um Deus, distanciando-se das necessidades  de sua comunidade.Este pensamento é válido para os médicos  que queiram dedicar-se à clinica médica ou generalistas e que tenham o perfil adequado para  tal.

Por conseguinte, médicos especialistas, além do ensino básico e geral, deveriam na pós graduação submeter-se a um ensino mais tecnicista, haja visto que a grande revolução da medicina nos próximos anos estará em equipamentos informatizados para diagnóstico e tratamento, devendo este médico estar em grandes centros urbanos, podendo à distância dar apoio médico àquele profissional que presta o atendimento primário junto à sua comunidade , não havendo necessidade de grandes deslocamentos, tanto do médico, quanto do paciente, que terá seu diagnóstico e tratamento e nos casos de maior complexidade, até mesmo tratamento cirúrgico com acompanhamento, através dos meios tecnológicos disponíveis ( video-conferência, video -laparoscopia).
No ensino da graduação deve-se dar ênfase ao aprender a aprender  (auto aprendizagem), fundamental para sua atualização futura, frente à velocidade com que ocorrem as mudanças nos procedimentos médicos. Além disso, noções básicas de informática devem ser introduzidas, pois muitos profissionais não encontram-se em condições de beneficiar-se com aparelhos modernos por falta de conhecimento com seu manuseio (fax, video-cassete, telefone celular, equipamento de som e imagem, computador, etc). Se conseguirmos soluções para problemas básicos como este, transporemos uma grande barreira para a iniciação da explosão do ensino a distância que seguramente ocorrerá a curto ou médio prazo.

É primordial o envolvimento de Associações e Sociedades Médicas, cobrando dos associados a renovação de seus títulos de especialistas por períodos de tempo determinados , oferecendo entre as renovações, cursos de atualização a distância acompanhados de avaliação. Assim não haverá motivos banais (falta de tempo, despesas, desinteresse) para a não participação em congressos e encontros de atualização médica.

Moro e trabalho no interior do estado, estou cursando o mestrado e posso assegurar que estou mais atualizado do que muitos colegas da capital, utilizando os benefícios da Internet que me oferece artigos do mundo inteiro, a qualquer hora em minha casa quando acesso, por exemplo, a BIREME, a DOCTOR’S GUIDE ou a MEDSCAPE, além da CME dos E.U.A. muito interessante porque oferece programas de atualização com posterior avaliação do aprendizado e com bonificação para revalidação dos títulos de especialidade.

Dr. Helio Delle Donne Junior