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![]() Os pais são obrigados a mandar seus filhos à escola ou podem optar por educá-los dentro de casa? Num país em que ainda existe quase 1 milhão de crianças de 7 a 14 anos fora das salas de aula e uma alta taxa de analfabetismo, soa óbvio que lugar de criança é nos bancos escolares. Mas, em algumas famílias, começa a se esboçar um movimento contrário. São pais que preferem ensinar seus filhos em casa a submetê-los à educação formal. Não existem estatísticas, dentro ou fora do governo, nem pesquisas que indiquem o número de adeptos da escola em casa. Mas a questão será examinada em breve pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O assunto chegou à esfera judicial por iniciativa de Márcia e Carlos Vilhena, um casal de Anápolis, no interior de Goiás, que decidiu ensinar três de seus cinco filhos em idade escolar dentro de casa. A ação judicial pretende garantir às crianças a emissão de um diploma oficial. O problema é que elas só vão à escola em dias de prova, e a lei exige que, para ser aprovado, todo aluno precisa ter, no mínimo, 75% de freqüência. Nos Estados Unidos, a prática de
ensinar em casa, conhecida por homeschooling, é bastante disseminada,
como acontece também em outros países. O cientista alemão
Albert Einstein, a escritora inglesa Agatha Christie, o pintor francês
Claude Monet e pelo menos sete presidentes americanos – de George Washington
a Franklin Delano Roosevelt – estudaram em casa em algum momento da vida
escolar. No Brasil, há a polêmica jurídica. A seu favor,
os Vilhena levantam dois argumentos. Alegam que no artigo 227 da Constituição
Federal se afirma que "é dever da família, da sociedade e
do Estado assegurar à criança o direito à educação".
E que no artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
da qual o governo brasileiro é signatário, está dito
que cabe aos pais, "prioritariamente", o direito de escolher o tipo de
educação que querem dar a seus filhos. O ministro do STJ,
Peçanha Martins, encarregado do caso no tribunal, não parece
convencido da tese. "Não vejo aí fumaça do bom direito",
diz o ministro.
O casal Rinaldo e Edenir Belisário,
de São Paulo, também decidiu ensinar seus quatro filhos,
dois deles adotivos, em casa. A experiência começou em 1994
e eles não se arrependem. "A família experimentou a unidade,
o companheirismo, e aprendemos a apreciar uns aos outros", explica o pai.
Ele acredita que, dentro de casa, seus filhos ganharam confiança
e a capacidade de pensar de forma independente. A família Belisário
inspirou-se na experiência do pastor batista David Bennett, americano
radicado no Brasil desde 1983. Pai de dez filhos, Bennett aplicou o método
para todos, à exceção do mais velho, hoje com 20 anos,
único da família que freqüentou os bancos escolares.
"Hoje em dia as crianças não aprendem a ter caráter,
honestidade e respeito na escola", diz Bennett. "Não há qualidade
no ensino e o ambiente muitas vezes é violento e imoral", completa.
Revista Veja,
Esta fatia de mercado ou toda ela será sem dúvida da EAD.
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