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Uma visão Geral de EAD
Análise e Comentários
Por: Jaime Bech
Dizia Lenin, no seu livro “Materialismo e
Empiriocriticismo” que a “verdade” não existe, que é impossível
apreender a realidade, que esta é mais complexa que qualquer pensamento
ou soma de pensamentos humanos.
Se a verdade não existe, o que
é o conhecimento ?
Seria Lênin um agnóstico
?
As respostas não são simples
mais o conhecimento deve ser visto como uma série de aproximações
à realidade cuja característica mais essencial é a
de que estas aproximações são de caráter histórico
social e tem o dinamismo da história humana.
Lênin não era um agnóstico
senão um materialista histórico e dialético condição
esta que lhe permitia analisar os fenômenos em termos de contradições
em movimento, antagônicas ou não que se resolvem pelo predomínio
de um dos termos, e que esta “solução” promove o desenvolvimento
de outro termo antagônico, geralmente mais forte do que o anterior,
destruído.
Vivemos numa sociedade profundamente injusta,
às diferenças se dão entre continentes, entre países,
entre regiões de um mesmo país, entre municípios de
uma mesma região, entre as famílias e entre os indivíduos.
Somos uma sociedade que avança
a ritmos diferentes, que tem motores de diferente potência, que exclui
e que chama de perdedores aos que no dilema de ser ou ter, são e
não tem.
Assim se está gerando uma sub-humanidade
cujos denominador comum é a da falta completa de oportunidades e
perspectivas.
“Qualquer um pode alcançar o céu”
dizem uns, geralmente os religiosos, os capitalistas e possuidores dos
meios de produção, via mídia, nos tratam de dizer
que também podemos ser ricos num golpe de sorte, via loto ou loteca.
Fleming descobriu a Penicilina num “golpe
de sorte” . Se Newton não tivesse ficado dormindo abaixo de uma
árvore, a mecânica clássica não existiria, nem
a gravidade.
Na medicina, de cujos avanços somos
testemunhas ( preocupados) avança a uma velocidade exponencial.
É possível que nos próximos
anos, consigamos ter filhos livres de qualquer doença, e tal vez
condicionados geneticamente a beber quantidades industriais de Coca Cola,
comer 6 Mac’s diários, ler a Folha, e ver a Globo. Se produzimos
variedades de plantas que só crescem com adubos e inseticidas da
Monsanto, porqué não gerar guerreiros, policiais, etc., etc.
Fazendo um exercício de futurologia,
apoiado na evolução das coisas, tal e como vem acontecendo,
tenho fundamentos para pensar em chips de memória, em órgãos
perfeitos para substituição dos que não funcionam
e assim por diante.
Estou absolutamente seguro que, tal e
como quase toda técnica moderna e avançada, só poderá
ser utilizada por alguma classe social, e para o restante NADA.
Será um elemento a mais de discriminação
e marginalização social. Só podem planejar os filhos
aqueles que podem pagar a fertilização “in vitro” , os órgãos
artificiais para os que os podem custear. Salvo por casualidade, e isto
nos primeiros tempos de “ajuste” de uma neotécnica, os marginados
de sempre podem ser beneficiados.
Assim, e de acordo a meu raciocínio,
importa o desenvolvimento científico tecnológico e também
e muito,quem são os proprietários de este conhecimento.
A medicina cresce em conhecimentos e aplicações
tecnológicas, muito mais do que cresce na elaboração
de modelos de atenção ( ou tecno-assistenciais como dizem
na UFBA) cujo objetivo seja transformar em realidade os grandes princípios
acunhados sobre os sistemas de saúde: UNIVERSALIDADE, EQÜIDADE,
INTEGRALIDADE.
Também pouco cresce num terreno
ainda novo como é o de compreender como é que os fenômenos
sociais condicionam o modo de enfermar e de morrer das pessoas, quais os
mediadores, como isso se dá nas diferentes classes sociais, como
as condições de vida dirigem o processo saúde-enfermidade.
Um aparte: Existem diferenças sociais
entre os médicos, e muito importantes. Estão os que podem
ir a qualquer evento e os que não podem ir a nenhum. Os que operam
no Albert Einstein e os que trabalham nos domicílios de uma
comunidade rural.
Este fato me parece que defende, apóia,
alimenta qualquer tecnologia que, sem necessidade de ser rico, possa colocar
a qualquer um nos limiares do conhecimento humano.
E por isso que a EAD me parece destinada
a cumprir um papel de enorme importância neste processo.
A democratização do acesso
à informática e assim à informação e
uma função maior na que podemos todos participar. Uma universidade
que se tenha por tal, deveria oferecer auxilio e tempo de utilização
das suas redes para qualquer pessoa que o deseja-se. Em lugar de construir
muitas salas de aula, construir muitos laboratórios de informática.
Concordo com a idéia de que habilidades
cognitivas são muito propicias para a EAD.
Mais muitas habilidades se apóiam
neste conhecimento.
Claro que para jogar basquete não
alcança um manual, a pessoa deve pegar a bola numa quadra. Mais
acredito que na nossa área de Saúde Coletiva, mais de 70
% são habilidades cognitivas, e o 25 % o aluno pode praticar com
trabalho de campo dirigido em seu próprio médio, só
num 5 % precisa contatar fisicamente com professores e alunos.
PC, CD’s, Web Câmera, um grupo de
docentes motivado como p ex. os do NIB de Campinas ou os da FioCruz
Nós alunos e quem sabe um dia docentes.
Sinceramente, acredito que a EAD seja
um dos processos mais importantes desenvolvidos a partir da Internet.
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