Curso
Capacitação Docente em
Educação a Distância em Saúde
![]() Volta para a página principal de Ensaios Módulo 1: Repensando o Ensino em
Saúde
Existem muitas barreiras para que os médicos e outros profissionais de saúde efetivamente participem da educação continuada e da educação à distância no Brasil? Quais seriam as principais na sua opinião? Como mudar o ensino de saúde de graduação para derrubar essas barreiras? Como levar o profissional de saúde a usar mais as tecnologias de informação no seu dia a dia? A meu ver um dos grandes entraves em relação à educação continuada e a educação à distância, não apenas para a classe médica e/ou demais profissionais de saúde, mas de modo genérico a todos os profissionais em quase todas as áreas no país, trata-se das prementes questões sócio-culturais. Existe uma mentalidade corrente ainda nos dias atuais, que formação profissional é algo estanque, paralisado no tempo e no espaço. Esquece-se aqui, que formação pressupõe processo e processo é dinâmico, algo que está em constante renovação e mudança. Tal mentalidade é reforçada considerando-se a estrutura dos cursos de graduação, os quais certificam o profissional de forma vitalícia. Ao profissional sério torna-se cada vez mais imprescindível para o excelente desempenho de suas funções, manter-se sempre atualizado, revendo conceitos e procedimentos através do exercício da educação continuada. O acesso limitado à educação no país acaba por formar profissionais que se obrigam muitas vezes a estabelecerem limites muito definidos às suas carreiras, tomando como topo de suas ambições poder completar sua formação universitária, tarefa mais que difícil por sinal, exclusiva a uma parcela bem reduzida da população. Este mesmo profissional ingressa no mercado
de trabalho buscando sua sobrevivência e principalmente ressarcir-se
(a si mesmo e a terceiros como família e/ou finaciamentos) dos vultuosos
gastosdispendidos para sua formação. Este quadro se completa
em virtude do panorama econômico e social vigente há alguns
anos, do qual decorre uma profunda desmotivação deste profissional
em investir tempo, esforços e recursos financeiros para
Este não-investimento do profissional na educação continuada se torna problemático especialmente nas áreas que sofrem crescentes e constantes mudanças, como é o caso da medicina, que num curto prazo abriga enormes avanços- "o volume de informações médicas publicadas está duplicando a cada quatro anos (...) cerca de 50% destas torna-se obsoleta após a graduação do médico".(trecho da aula 1/slide edumed) Quanto a educação à distância, o descaso e a desinformação são ainda maiores, colocando esta modalidade de aprendizagem numa categoria inferior à educação presencial, confundindo o foco principal da questão, tanto para uma quanto para outra, que é a qualidade de ensino. Nesta conjuntura, se bem empregada e realizada com excelência, a educação à distância pode ser a grande solução para viabilizar o processo de educação continuada. E esta educação continuada
deve abranger não apenas o médico especialista, pressionado
pela necessidade frequente de atualização técnico-científica,
mas também o médico generalista, a quem devido as recentes
mudanças de paradigma - por exemplo, o médico da família
- está recaindo parcela crescente de demanda (quantitativa e diversificada),
para os quais muitas vezes não está preparado, considerando
sua atuação não mais de forma
É preciso que entre tantos princípios trazidos por este novo paradigma, entre eles o da equidade, não venha mascarar o princípio relevantemente social que é o princípio da igualdade, traduzindo-se de uma forma sinistra: o do serviço médico generalista para a maioria pobre de um lado, e o serviço médico especializado/tecnológico para a minoria que pode pagar, de outro. O futuro é agora e não podemos
pensar que cabe ao ensino de saúde de graduação quebrar
as barreiras ao ensino continuado e ao ensino à distância,
frente às crescentes e diversificadas exigências da área
de saúde. Isto é tarefa para toda a sociedade, através
de um amplo debate nacional, o qual pode e deve ser iniciado pela sociedade
civil organizada -
Quanto à utilização
de tecnologia da informação no dia a dia pelo profissional
de saúde, mais especialmente o médico, considero-a como fundamental,
posto ao grande volume de informações e inovações
na área; e pode-se dizer que esta tecnologia já é
uma realidade nos grandes e médios centros urbanos, cabendo portanto
a este profissional acompanhar esta
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